Comitê de Mulheres dialoga com cooperativistas e representantes do agro
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE demonstram que as mulheres representam 51,13% da população total do país e 53% do eleitorado, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Entretanto, hoje ocupam menos de 15% dos cargos eletivos. Nas empresas a situação não é muito diferente. No ano passado, elas ocupavam 14% das vagas nos conselhos de administração de empresas listadas na bolsa brasileira, em levantamento realizado pelo Programa Diversidade em Conselho - PDeC, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC. Para reduzir a desigualdade observada, o cooperativismo brasileiro vem atuando com a formação de comitês visando garantir a adoção de políticas que viabilizem o ingresso e a promoção de mulheres a postos de liderança no nosso modelo de negócios.
Assim sendo, o Comitê de Mulheres Cooperativistas da Bahia promoveu na quarta-feira (15/6), um encontro on-line com representantes da Comissão de Mulheres Cooperativistas da Castrolanda, Cooperativa situada no interior do Paraná, e do Núcleo Mulheres do Agro, oriundo do Oeste baiano. O objetivo foi conhecer a atuação dos dois movimentos de gênero para se inspirar com as boas práticas e aprimorar as ações do comitê instituído pelo Sistema Oceb.
O evento foi iniciado pelo presidente do Sistema Oceb, Cergio Tecchio, que, na oportunidade, enfatizou a participação das mulheres nos conselhos e cargos da alta administração nas cooperativas baianas. Segundo ele, as mulheres, atualmente, ocupam 25% dos cargos nos conselhos de administração e conselhos fiscais no estado. Em percentuais gerais, na Bahia são 42,39% associadas e 54,25% funcionárias que atuam no cooperativismo local.
O presidente evidenciou, também, os esforços da instituição em conhecer mais sobre a participação das mulheres nas cooperativas vinculadas, pontuando itens sobre o tema no questionário em elaboração que irá abordar a adesão das cooperativas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, ligados ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud. O quinto objetivo busca alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Por fim, explicou a necessidade de se destacar ainda mais o papel das mulheres, sobretudo àquelas a frente das cooperativas.
“O Sistema Oceb tem uma preocupação de estimular a participação das mulheres nas cooperativas como associadas, funcionárias, dirigentes. Nesse sentido, cada vez mais, o Comitê do Sistema Oceb está se engajando no desenvolvimento da mulher no cooperativismo baiano”, finalizou Tecchio.
Na sequência, Elsa Kugler, vice-coordenadora da Comissão de Mulheres Cooperativistas da Castrolanda compartilhou as experiências de mobilização das mulheres cooperativistas na região com todos os ganhos adquiridos e dificuldades enfrentadas.
Já a advogada Luciana Kappes, do Núcleo de Mulheres do Agro do Oeste da Bahia, explicou os detalhes da elaboração do planejamento estratégico da organização, que pode servir de modelo para as entidades de representação feminina do cooperativismo. A representante explicou a forma como o Núcleo desenvolve cursos, palestras e demais eventos. Como exemplo de ação de promoção social, mencionou o projeto “Algodão que Aquece”, focado em atender pessoas em situação de vulnerabilidade nos municípios produtores do Oeste baiano durante o período mais frio do ano. Além disso, ressaltou a importância da divulgação das iniciativas por meio da comunicação com o público externo, de modo, a gerar engajamento junto à sociedade e demonstrar a relevância dos trabalhos desempenhados.
Integrante do Comitê de Mulheres do Sistema OCB, Vera Lucia Ventura, gostou do que foi compartilhado no encontro: “Tivemos o prazer de conhecer a experiência da Elsa Kugler, que generosamente, nos presenteou com a experiência sobre a criação do Comitê de Mulheres em Castrolanda. Ela nos colocou a dificuldade em muitos anos de trabalho voluntário, e frisou que para dar certo o mais importante é o vínculo que se cria. Percebi, que o engajamento, a vontade, o amor e o respeito podem tudo para que dê certo. Então, convoco as mulheres da nossa Bahia para fazerem a diferença!”.
A representante da região Sudoeste no Comitê de Mulheres Cooperativistas da Bahia, Rejane Almeida, também elogiou a iniciativa. “O encontro do nosso comitê foi de extrema importância, pois tomamos conhecimento de algumas experiências de sucesso que nos impulsionarão a ter projetos sólidos que irão fortalecer, ainda mais, as mulheres cooperativistas. Espero ter cada vez mais mulheres participando das lideranças nas cooperativas e fazendo a diferença, com envolvimento e inclusão de todas, sempre com muito respeito. A presença da mulher é muito importante para todos”.
Composto pela integrante do Conselho Nacional de Mulheres do Sistema OCB e por cooperativistas representantes das cinco regiões de atuação da Oceb (Portal e Sertão, Sudoeste, Sul, Oeste e Metropolitana de Salvador) o Comitê de Mulheres Cooperativistas da Bahia também é integrado por participantes vinculadas à própria Oceb e ao Sescoop/BA. “Vejo com imensa alegria, e com sentimento cada vez maior de pertencimento, o nosso crescimento. Percebo, também, que estamos no caminho certo, com as experiências apresentadas hoje. Ajuda mútua e o interesse pela comunidade de mãos dadas. Lindo de ver essas mulheres nos inspirando. Elas pelo Coop!”, enfatizou a representante do Sescoop/BA no Comitê, a analista de desenvolvimento de cooperativas, Tássia Gouveia.
COMITÊS DE MULHERES NAS COOPERATIVAS
A OCB estabelece a igualdade de gênero como pauta estratégica e prioritária de ações. Sendo assim, por meio do Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB, Elas pelo Coop, elaborou o “Manual de Implementação de Comitês de Mulheres nas Cooperativas” com orientações para o estabelecimento da instância de representação nas cooperativas de todo país. Na publicação são propostas soluções para que a inclusão aconteça na prática.
Por Ascom Sistema Oceb